Doses maiores

28 de junho de 2013

A sombra dos créditos podres chineses

Enquanto as ruas brasileiras se iluminam com a revolta popular, a economia internacional continua sombria. Nos últimos dias, as principais bolsas de valores do mundo andaram despencando.

Um dos motivos é o fim dos estímulos pelo governo dos Estados Unidos a sua economia. O banco central americano alega que o cenário econômico já teria melhorado o suficiente para abrir mão do dinheiro público. Mas se isso fosse verdade, o mercado não teria entrado em pânico.

Outro motivo de preocupação é bem mais grave. São alguns números vindos da China. Há previsões de que o PIB chinês cresça 7,4%, em vez dos 7,8% esperados anteriormente. Parece pouco, mas estamos falando da fábrica do mundo e um dos maiores consumidores mundiais de matéria prima.

Mas o pior nem é isso. Há sinais de uma crise de crédito na China. O banco central chinês entende que há excesso de financiamentos para atividades não produtivas, ou seja, especulativas. Como todos os bancos do país são estatais, isso poderia ser facilmente resolvido. Bastaria que o governo desse uma ordem e os empréstimos mudariam de direção.

O problema é que há um sistema financeiro paralelo em funcionamento. São bancos sem supervisão das autoridades, que emprestam para quem não consegue recursos nos bancos oficiais. Há quem já considere esses recursos como “créditos podres”. Os analistas chamam esse tipo de operação de “financiamento na sombra”

Qualquer semelhança com o “subprime” americano não é coincidência. É capitalismo em seu mais alto grau de risco. Uma crise na China apenas parecida com a estadunidense de 2008 afundaria de vez o mundo nas trevas.

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