Doses maiores

28 de maio de 2013

A quem serve a poderosa Dilma

Dilma Rousseff foi eleita a segunda mulher mais poderosa do mundo pela revista Forbes. Uma classificação que deveria envergonhar qualquer liderança que se diz de esquerda. Ainda mais quando a primeira colocada é Angela Merkel, campeã do neoliberalismo mundial.

Logo depois, ficamos sabendo que o Brasil registrou em 2012 o maior número de greves dos últimos 16 anos. É o que mostra um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O número pode até ser animador. Muitas greves indicam uma classe trabalhadora confiante e exigente. Mas há um detalhe feio. O setor público foi responsável por quase metade das greves, mesmo empregando cerca de 12% dos trabalhadores.

O fato é que os patrões do setor público recusam-se a negociar até que não reste outra alternativa que a paralisação. Iniciada a greve, continuam a ignorar os grevistas por 30, 60, 90 dias. E, mesmo assim, a pesquisa indica que somente metade deles têm suas reivindicações atendidas integralmente.

As greves do nível federal representam apenas 4% das paralisações no setor público. Mas o tratamento autoritário e intransigente pouco difere daquele dispensados por governantes tucanos, por exemplo. Neste caso, são todos 100% parecidos.

O pior é que essa atitude afeta diretamente a população pobre. Não só pela falta de serviços essenciais. Também contribui para reforçar o discurso privatizante da direita exatamente entre as maiores vítimas da destruição dos serviços públicos.

Seria errado caracterizar o governo petista como neoliberal. Mas o tratamento que dispensa aos servidores públicos certamente lembra o governo alemão. Nesse vergonhoso campeonato, Dilma e Merkel parecem muito próximas.

Leia também: As privatizações de Dilma

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