Doses maiores

18 de janeiro de 2013

Conciliar capitalismo e consumo consciente não dá

O relatório “Riscos Globais 2013”, do Fórum Econômico Mundial, foi divulgado recentemente. Segundo o estudo, “o fracasso da adaptação à mudança climática” aparece “como o risco ambiental que terá o maior impacto na próxima década".

Ou seja, os grandes capitalistas começam a se preocupar. Mas é muito provável que não possam fazer nada. Um artigo publicado na página do IHU-Online ajuda a explicar. Chama-se “O capitalismo e a economia política da mudança climática”, de Rob Urie, economista estadunidense.

O texto é um tanto confuso, mas alguns trechos merecem destaque. Ele diz, por exemplo, que diante do aquecimento global, o princípio capitalista de que as pessoas agindo “segundo seus interesses individuais produzam bons resultados coletivos, é comprovadamente falsa”.

Urie refere-se à tese do economista inglês Adam Smith, a mais respeitada da doutrina capitalista. Com base nela, os ideólogos da burguesia defendem soluções individuais para os desequilíbrios ecológicos. Ou seja, consumo consciente para salvar o planeta.

Mas o problema começa na esfera produtiva. Como diz Urie, o lucro só pode se realizar se os custos de produção forem empurrados para os outros. Começa pelo trabalhador diretamente explorado, mas também inclui o meio ambiente e populações inteiras. É a fumaça que sai da chaminé e envenena tudo em volta.

Os ecocapitalistas não estão apenas pedindo às pessoas que paguem mais por produtos limpos em nome de um bem maior. Estão querendo que os empresários arquem com os custos de uma produção limpa. Isso vai contra séculos de egoísmo econômico pregado pelo capitalismo. Ou seja, não vai rolar.

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