Doses maiores

18 de outubro de 2012

Nobel: da dinamite à mercantilização da vida

“Nobel de Economia para americanos especialistas nos mercados”, dizem os jornais. O famoso prêmio foi criado por Alfred Nobel, que enriqueceu depois de inventar a dinamite. Para compensar o uso destruidor de sua invenção, Nobel destinou parte de sua herança milionária à premiação de personalidades e entidades que contribuíssem para o progresso humano. Mas há muitos escolhidos que estão longe de merecer tal reconhecimento.

Os casos mais recentes foram Barack Obama e a União Europeia, premiados por seus esforços “em prol da paz mundial”. O presidente dos Estados Unidos pode até ser simpático, mas lidera o império mais violento da história humana. Algo que jamais contrariou. Já a União Europeia criou desemprego em massa, pobreza para milhões e seus principais governantes estimulam ódio aos imigrantes e racismo.

Os americanos a que se referem os jornais são Alvin Roth e Lloyd Shapley. Eles receberam o Nobel de Economia por seus trabalhos sobre a melhor maneira de combinar a oferta e a procura. E entre as aplicações de suas descobertas estariam aquelas relacionadas aos mercados de doação de órgãos e de educação. Ou seja, desenvolveram instrumentos econômicos para aperfeiçoar uma praga moderna: a transformação de todas as dimensões da vida em mercadoria.

Parece que da dinamite à mercantilização social, os administradores da herança de Nobel têm uma ideia muito estranha do que seja progresso para a humanidade.

Leia também: No século 22, os interesses materiais imperam

Nenhum comentário:

Postar um comentário