Doses maiores

8 de agosto de 2012

Dívida pública é pretexto para roubar a poupança popular

Desde 12 de julho, o rendimento da poupança ficou menor para depósitos feitos a partir de maio. O motivo foi a queda da Taxa Selic para 8,5%. Mas o que tem a ver uma coisa com outra?

Rodrigo Vieira de Ávila, economista da Auditoria Cidadã da Dívida, ajuda a entender. Em matéria para o Jornal dos Economistas, publicada em junho passado, ele explica que a queda da Selic tornaria a poupança mais rentável que a dívida pública.

Assim, para atrair compradores dos títulos do Tesouro, o governo teria que voltar a subir os juros pagos por eles. O problema, diz o economista, é que o custo da dívida continua “em mais de 12%, ou seja, bem acima da Taxa Selic”.

Rodrigo diz que, em abril de 2012, apenas 27% da dívida interna estavam indexados à Selic. Portanto, afirma, a queda da selic não tem influenciado na diminuição do custo da dívida pública. Ao contrário.

Enquanto, o governo federal emite centenas de bilhões em títulos da dívida interna pagando as maiores taxas de juros do mundo, o BNDES empresta a juros muito mais baixos para grandes empresas.

Essa jogatina leva embora quase metade do orçamento federal. São mais de 47% dos recursos remunerando empresários e banqueiros. Já Saúde e Educação, juntas, ficam com pouco mais de 7% do bolo.

Resumo da sacanagem: a poupança, investimento da grande maioria do povo, teve seus rendimentos diminuídos. Mas os papéis da dívida, investimento de uma minoria rica, continuam rendendo muito mais e à custa dos serviços públicos.

E este governo ainda diz que governa para os pobres!

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