Doses maiores

15 de junho de 2012

Vale e Petrobras patrocinam Rio+20. Pode?

Segundo reportagem de Francisco Góes, Vera Saavedra Durão e Guilherme Serodio para o Valor de hoje, a Rio+20 custou ao governo federal cerca de R$ 575 milhões. Desse total, diz o texto, R$ 430 milhões saíram do Orçamento da União. Mas “os restantes R$ 145 milhões vieram do caixa de empresas patrocinadoras, como Petrobras, Eletrobras e Vale”.

Enquanto isso, a “Petrobras anunciou ontem um plano de negócios que aumenta os investimentos em combustível fóssil (petróleo e gás) e reduz na área de biocombustíveis (etanol e biodiesel)”. É o que diz reportagem de Denise Luna, publicada pela Folha de hoje.

A Vale, por sua vez, conquistou o primeiro lugar como “pior empresa do ano” em votação organizada pela ONG “Public Eye” na Suíça, em janeiro passado. Os 25 mil votos foram obtidos graças às atividades de mineração da gigante brasileira. Seria cômico, não fosse estúpido, mesmo.

Os nacionalistas e neodesenvolvimentistas de plantão vão chiar. Dirão que ONGs e mídia estão a serviço do capital estrangeiro. Digamos que a acusação tenha algum fundamento. Ainda assim, não tem sentido nenhum que a Rio+20 seja patrocinada por uma petroleira e uma mineradora.

Ou melhor, tem sentido sim. Serve para mostrar a farsa em que vai se tornando a maior “conferência de desenvolvimento sustentável” do mundo.

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