Doses maiores

7 de junho de 2012

A rebimboca climática da geoengenharia

A chamada economia verde será o principal tema da Rio+20. A geoengenharia deve ser uma das estrelas desse debate. Afinal, ela promete solucionar os problemas climáticos mantendo a matriz produtiva capitalista.

Mas o que é a geoengenharia? Segundo artigo de Daniel Lopes publicado no blog Amalgama em 07/04/2010, “é o processo de intervenção humana planejada no clima por meio de tecnologia”.

A primeira e mais conhecida recomendação da geoengenharia foi o banimento dos gases CFCs (clorofluorocarbonetos) e HCFCs (hidroclorofluorocarbonos). Eles eram utilizados em geladeiras, aerossóis e aparelhos de ar-condicionado.

Esses gases destruíam a camada de ozônio, contribuindo para o aquecimento global. Foram substituídos pelos HFCs (hidrofluorocarbonetos). Agora, os cientistas descobriram que HFCs são potentes causadores de efeito estufa. Ou seja, contribuem para o aquecimento global.

Há ideias mais idiotas da geoengenharia em discussão. O site Inovação Tecnológica traz a matéria “Geoengenharia pode destruir azul do céu”. Refere-se à proposta de lançar aerossóis na atmosfera para minimizar o aquecimento global.

Mas talvez seja suficiente citar um dos defensores dessa nova alucinação científica. Trata-se de Newt Gingrich, que, recentemente, tentou ser o candidato republicano para enfrentar Obama nas próximas eleições. Em 2008, ele disse:

A geoengenharia mantém a promessa de responder às preocupações com o aquecimento global por apenas alguns bilhões de dólares por ano. Teríamos uma opção para enfrentar o aquecimento global através da recompensa à inovação científica.

Traduzindo, a geoengenharia seria uma nova opção de investimento para grandes empresas e laboratórios. Por apenas alguns bilhões, eles ofereceriam a rebimboca da parafuseta que pode fundir de vez a atmosfera do planeta.

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