Doses maiores

14 de outubro de 2011

Se a bóia chinesa furar, glub, glub...

Um novo surto da crise econômica mundial pode estar se aproximando. Na terça, dia 11/10, o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, disse que a crise da zona do euro "atingiu uma dimensão sistêmica". Nos Estados Unidos, o senado rejeitou o pacote proposto por Obama para a criação de empregos.

Diante disso, novamente as esperanças se voltam para a China. Mas os jornais mostram previsões nada animadoras para o gigante asiático. “China socorre seus 4 maiores bancos”, é o título de reportagem de Cláudia Trevisan para O Estado de S. Paulo publicada em 11/10. Segundo a matéria:
O governo de Pequim anunciou ontem que injetou capital nos quatro maiores bancos chineses, que emprestaram volumes recordes nos últimos dois anos e agora enfrentam o risco de aumento dos créditos podres em seus balanços.
Ainda segundo a reportagem:
A última vez em que o fundo realizou operação semelhante foi em setembro de 2008, logo depois que a quebra do Lehman Brothers desencadeou a crise financeira global.
Não é só isso. Outro problema para o sistema financeiro chinês:
...é a dívida dos governos locais, grande parte da qual contraída nos últimos dois anos. Levantamento do Escritório Nacional de Auditoria concluiu que esse débito estava em US$ 1,65 trilhão no fim de 2010 – o equivalente a 25% do PIB – e que alguns governos locais não conseguirão pagar o que devem.
Já o The Wall Street Journal de 13/10 alerta: “China teme crise bancária e vai socorrer empresas”. A reportagem de Lingling Wei diz que:
A China anunciou planos para dar apoio emergencial a empresas privadas com problemas, em meio a temores de que falências num setor crucial, que tem sofrido com a queda nas exportações, podem ameaçar o sistema financeiro.
Ou seja, o problema não atinge só os bancos. Há quem diga que os mais de 10% atuais de crescimento anual chinês podem despencar para cerca de 3%. O país foi considerado a bóia salva-vidas do capitalismo mundial quando a crise explodiu em 2008. Se a bóia furar será uma hecatombe para a economia global.

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