Doses maiores

21 de outubro de 2011

A luta anticapitalista e a violência inevitável

Em 08/10, Naomi Klein esteve em Nova Iorque para declarar seu apoio ao movimento “Ocupar Wall Street”. A respeitada intelectual anticapitalista também publicou artigo na revista “The Nation”. Entre outras coisas, ela abordou a questão da resistência pacífica:
Vocês se recusaram a entregar à mídia as imagens de vitrines quebradas e brigas de rua que ela, mídia, tão desesperadamente deseja. E essa tremenda disciplina significou, uma e outra vez, que a história foi a brutalidade desgraçada e gratuita da polícia, da qual vimos mais exemplos na noite passada. Enquanto isso, o apoio a este movimento só cresce.
Ela tem toda razão. Mas parece sugerir que manifestações populares tornam-se violentas por escolha de seus participantes. E isso não é verdade para a grande maioria delas, nem para muitas revoluções sociais.

Os setores que defendem a violência como forma de luta costumam ser minoritários. Principalmente, porque é um caminho fadado ao fracasso. Não há como derrotar a repressão estatal só pela força bruta. As forças populares já enfrentam grandes dificuldades para se organizar. É ainda mais difícil enfrentar um inimigo que conta com um exército de homens armados, treinados e disciplinados.

No entanto, isso não quer dizer que a violência não estará presente na luta anticapitalista que se espalha pelo planeta. Já são muitos os enfrentamentos nas ruas e praças de Londres, Washington, Atenas, Santiago do Chile... E deverão aumentar. Não se trata apenas da presença de provocadores de direita ou de infiltrados das forças de repressão. Nem somente de ações de criminosos que a própria situação de crise facilita.

O Estado é o principal responsável pela violência. A intolerância vem de suas forças militares. Prontas para esmagar qualquer questionamento a uma ordem social injusta. Guardiães de instituições políticas surdas aos interesses da maioria da população. É um grande aparato que defende os interesses mesquinhos de 1% da população contra os restantes 99%.

Os rebeldes são empurrados para a violência revolucionária de cima para baixo.

Leia também: Os jovens como exército rebelde de reserva

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