Doses maiores

4 de outubro de 2010

Cartas ao século 16

Caros irmãos, trago novidades. A primeira delas, estou no século 21. Uma outra, é que vocês estão no século 16. Século é o mesmo que 100 anos. No começo não entendi bem para quê contar o tempo desse modo. Mas logo ficou claro.

A gente aqui, nesta época, faz tudo muito rápido. Ninguém é capaz de ficar muito tempo em paz. Todos estão sempre correndo, fazendo coisas, andando pra lá e pra cá. Horas, dias, meses parecem cada vez mais curtos. Só que não entendi bem a que serve toda essa pressa.

Outra coisa curiosa é que muitos deles trabalham diante de caixas que soltam luzes e mostram imagens. São acionadas através de botões que são apertados com um frenético movimento dos dedos. Passam grande parte do dia nessa atividade.

E quando finalmente vão para suas casas, é para ficar contemplando outras dessas caixas. São maiores e ficam no centro de suas habitações. As famílias cercam os artefatos e passam horas a olhar para eles. Todo tipo de coisa é mostrado neles.

Aparentemente, a maior conseqüência disso é que as pessoas quase não falam umas com as outras. E quando conversam, o assunto é aquilo que foi mostrado nas tais caixas luminosas. Não sei quem opera esses aparelhos, mas devem ser muito poderosos. Será que são divinos? Será que esta é a religião deles por aqui?

Mais tarde, mando outras notícias. Agora, tenho que correr. Não sei pra onde...

Um comentário:

  1. olá, companheir@!
    é um texto que nos leva a refletir o moda de viver hj, que nos distancia daquilo que é mais prazeroso o dialogo familiar!
    na minha residencia temos um momento de profundo silencio, apenas as vozes(trocando ideias)!
    PAZ & BEM!!!

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